quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Ex–presidentes da Eternit são condenados na Itália

Dois empresários foram condenados a dezesseis anos de prisão, na Itália, por negligência. Eles foram responsabilizados pelas mortes de mais de duas mil pessoas expostas ao amianto.

Na leitura da sentença, o tribunal em Turim estava lotado de parentes das vítimas. Um a um, foram lidos os nomes das 2.191 pessoas que morreram de doenças atribuídas à inalação de partículas de amianto.

A fibra mineral é muito usada na construção civil, principalmente pelas características como isolante térmico. Dois ex-presidentes da empresa suíça Eternit foram condenados a 16 anos de prisão e terão que pagar indenizações milionárias.

Entre as vítimas, além de funcionários e moradores das regiões em torno de fábricas, gente que morava nos arredores das fábricas e que também estava exposta a resíduos da produção de amianto. O suíço Stephen Schmidheiny, de 64 anos, e o barão belga, Jean Louis de Cartier, de 91 anos, não estavam no tribunal. Eles foram considerados culpados de desastre ambiental doloso permanente e omissão dolosa de medidas de segurança para os operários. Desde os anos 1950 os efeitos do amianto são estudados na Europa.

As fábricas foram fechadas em 1986 e, seis anos depois, o uso do amianto foi proibido no país. A sentença diz respeito a apenas três fábricas italianas, mas pode se tornar um precedente internacional. Foram a Turim delegações de várias partes do mundo, onde o amianto pode ter provocado câncer de pulmão e pleura em milhares de pessoas.

Os dois empresários vão recorrer da decisão da justiça italiana. A Eternit declarou que, no Brasil, o capital da empresa é 100% nacional, e não há nenhuma relação com a Eternit de outros países. A empresa também afirma que segue padrões de segurança que superam as exigências legais - e que não há registro de casos de pessoas que tenham contraído doenças por viverem em casas cobertas com telhas de amianto. O uso do amianto é tema de nove projetos de lei no congresso nacional.



Fonte: http://www.protecao.com.br

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