Na manhã do dia 4 de novembro de 2011, Rosane Lurdes da Silva Assis, de 32 anos, iniciava mais um dia de trabalho na indústria moveleira em que trabalhava há 10 anos na cidade de São Bento do Sul, em Santa Catarina, sem saber que seu dia seria marcado por um grave acidente. Um defeito na máquina destopadeira, usada na fabricação de móveis, fez com que a serra do equipamento mutilasse os dedos anelar e mínimo da sua mão direita.
Conforme a trabalhadora, a máquina apresentava defeitos e, embora os operários tivessem solicitado providências para o conserto junto aos encarregados, a empresa não tomou nenhuma atitude. "Temo não conseguir mais trabalhar e estou adaptando minha vida a uma nova realidade para garantir o meu sustento e o da minha família", reforça.
Rosane, que também atua na direção do Sindicato dos Trabalhadores da Construção e Mobiliário de São Bento do Sul e Campo Alegre (Siticom), revela que somente na diretoria da entidade são cinco dirigentes mutilados, vítimas de acidentes de trabalho. O registro de casos como esse tem sido frequente na indústria moveleira do País.
Além do risco de acidentes com máquinas e equipamentos, os trabalhadores do setor estão expostos a riscos químicos por exposição à poeira e aos produtos utilizados no tratamento da madeira, sem falar nos problemas ergonômicos devido às posturas inadequadas e esforços da atividade. O ruído relacionado ao maquinário utilizado no processo produtivo também é outra preocupação.
De acordo com Vilmar Kanzler, diretor da Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira (Conticom), as empresas do setor encontram-se em três situações distintas: a das grandes empresas, que estão com tecnologia de ponta, das médias, que operam com maquinários razoáveis, e das empresas de fundo de quintal, com máquinas obsoletas.
"Os acidentes no setor são fruto da falta de investimentos em equipamentos e em segurança", assegura. Ao longo da reportagem você vai conhecer o desenvolvimento do setor e o que ainda precisa ser feito para melhorar as condições de saúde e segurança de quem trabalha nessa indústria. Algumas empresas, na contramão deste cenário negativo, já vêm investindo na área e mostrando que é possível evitar acidentes de trabalho e adoecimentos no setor moveleiro.
Fonte: http://www.protecao.com.br
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